Quarta, 06 de Agosto de 2025
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o recente tarifaço imposto pelos Estados Unidos afetará 4% das exportações brasileiras para o país, mas que 2% desse total já possuem um destino alternativo. A declaração foi feita durante a 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável.
Haddad iniciou sua participação no evento ressaltando uma série de “notícias boas” que, segundo ele, perderam espaço na mídia devido à preocupação com os efeitos do tarifaço no Brasil.
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“Foi uma semana apreensiva, mas com muita notícia boa. Conquistas que levam bem estar à população”, disse o ministro, ao citar a saída do Brasil do Mapa da Fome; ao menor índice de desemprego da história (5,8%); e à renda dos brasileiros que, segundo ele, “aumentou como não ocorre desde o Plano Real”.
O ministro citou também a queda da inflação e da desigualdade, “para a mínima da história”, bem como os resultados primários das contas públicas; a qualidade do ajuste fiscal e a preservação dos investimentos em áreas como infraestrutura e educação.
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O ministro lembrou que as exportações para os Estados Unidos já representaram 25% do que o país envia ao exterior, ressaltando, no entanto, que “graças a política do governo Lula, ainda em 2003, de abrir os mercados para os produtos brasileiros, elas [exportações para os EUA] representam agora 12%. Desses 12%, 4% são afetados pelo tarifário”.
“E dos 4%, mais de 2% terão, naturalmente, outra destinação porque são commodities com preço internacional que vão encontrar o seu destino no curto ou no médio prazo”, acrescentou.
Haddad, no entanto, ponderou que a situação requer cuidados e muita atenção.
“Mas estamos atentos. Não é porque 2% ou 1,5% das exportações serão afetadas que nós vamos baixar a guarda. Nós sabemos que há, nesse 1,5%, setores muito vulneráveis. Setores que geram muito emprego, como é o caso da fruticultura. Setores que exigem da nossa parte uma atenção especial, que vai ser dada”, complementou.
Ele explicou que a preocupação do governo federal é a de garantir que as pessoas “comam, trabalhem, invistam”.
“Vamos socorrer essas famílias prejudicadas com uma agressão que já foi chamada de injusta, de indevida, e de não condizente com os 200 anos de relação fraterna que nos ligam ao povo dos Estados Unidos”, afirmou o ministro.
Ainda na sua fala, Haddad retomou as “boas notícias” que deram o tom da parte inicial de seu discurso.
“Podia falar também dos recordes em investimento, tanto na indústria quanto em infraestrutura, que está vivendo o seu melhor momento em 15 anos. Temos que olhar para tudo isso em meio a essa situação geopolítica que nós estamos vivendo. Temos que olhar para tudo isso com otimismo, até porque sem otimismo eu não aconselho alguém a assumir o Ministério da Fazenda do Brasil”, afirmou.